Mais infraestrutura para quem vive em Contagem. Desta vez, é o Programa de Melhorias em Vilas, Favelas e Periferias, que tem como objetivo promover, de forma organizada e participativa, pequenas obras e ações pontuais que resolvam problemas críticos nesses locais, melhorando a qualidade de vida destes moradores, que de acordo com dados da Secretaria de Governo são mais de 96 mil, o que equivale a 15% da população total de Contagem.
O lançamento foi feito pela prefeita de Contagem, Marília Campos, ontem, quinta-feira (12/12), na Tenda Encontro, reunindo conselheiras e conselheiros regionais, além de moradores e lideranças comunitárias de vilas, favelas e periferias. O programa e suas ações foram apresentados pela secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Mônica Cadaval.
Apresentação do programa e do formulário irão facilitar a elaboração e o planejamento das intervenções. Fotos: Ronnie Von/PMC
A prefeita Marília Campos destacou que moradores desses locais serão tratados com prioridade. Ela ainda afirmou que será criado um Conselho Regional de Vilas, Favelas e Periferias, com representantes de todas as regiões da cidade. Marília abriu seu discurso citando várias vilas e favelas da cidade, falando da carência desses locais e também de como a Prefeitura tem se empenhado em levar melhorias a essas áreas que, segundo ela, têm características e necessidades diferentes, mas precisam ser atendidas.
“Eu quero criar um processo de participação popular de vilas, favelas e periferias, para que vocês sejam mais contemplados. Eu quero deixar esse legado e evitar que fiquem “invisíveis” para o poder público municipal. Que vocês tenham prioridade, tenham um processo de participação popular específico. É pra isso que a gente tá aqui hoje”.
Para que os moradores possam se identificar em qual desses espaços residem - vila, favela - a Secretaria de Governo e Participação Popular elaborou um formulário para que os moradores possam preenchê-lo e colocar ali suas demandas. Assim como fez a moradora da Vila Marimbondo, Norma da Silva Lages, e o marido, Jorge Lages que foram à reunião,
Eles receberam o formulário durante o encontro e o preencheram com informações sobre inundações recorrentes que ocorrem após chuvas fortes que atingem o bairro Eldorado e a Vila Marimbondo. “Eu acho essa reunião aqui super interessante, principalmente para nós que vivemos ali naquela região. Inclusive, eu e meu marido até já preenchemos o papel. A gente tem muita situação de alagamento, nas ruas da vila, todas as vezes que chove, a gente tem um problema sério.”
Da Vila Jardim Alvorada, no Nacional, veio a psicóloga Cláudia Marilia Almeida da Silva, 55 anos, que estava cheia de esperança e feliz pela perspectiva de ver problemas estruturais, tão comuns que afetam diretamente mais de 10 mil moradores na região onde mora, serem de fato resolvidos de uma vez por todas. “Para gente, realmente, é emocionante e histórico estarmos aqui a convite da prefeita para apresentar nossas demandas. A nossa comunidade reconhece a iniciativa dela, a partir de um olhar humano, porque ela torna a gestão humanizada, quando ela vai na comunidade e pede para a comunidade se expressar naquilo que precisa e aquilo que sente sobre suas necessidades.”
Também moradora da regional Nacional, mas da Vila Francisco Mariano, a estudante universitária, Raquel Christian dos Santos, 44 anos, analisa que, além das melhorias em infraestrutura que o programa trará para vilas, favelas e periferias, é importante destacar a provocação cidadã da iniciativa da Prefeitura. “Eu acho que o lançamento desse programa que a Marília traz é de suma importância para provocar a participação social, porque ao pensar no que precisamos, surgem outras demandas. Ela traz uma provocação de obras, mas também também uma proposta de interdisciplinaridade que incentiva a participação social. Isso promove a cidadania. Porque quando você vê algo acontecendo, que você participou da construção daquele pedido, você se sente valorizado. Você sente que tem voz. Então, mora aí a diferença deste programa.”
A estudante universitária Raquel (foto 1) e a psicóloga Cláudia (foto 2) são moradoras que querem participar e transformar a realidade dos locais onde moram. Foto: Fotos: Ronnie Von/PMC
A doméstica Ludmar Santos da Silva, 44 anos, e vizinha de Raquel na vila Francisco Mariano também acompanhou a reunião. “É muito importante a gente poder decidir o que é prioridade pra quem vive nesses locais. Não só pra gente, mas para toda a comunidade, para o coletivo. E isso a prefeita nos permite. A gente pode participar, escolher, afinal somos nós que convivemos com os problemas.”
Acesse o formulário e preencha. Sua participação é fundamental!
De acordo com a Secretaria de Governo e Participação Popular, o formulário ficará disponível até 20 de janeiro. CLIQUE AQUI E ACESSE
A intenção é que quando as reuniões dos conselhos recomeçarem em fevereiro de 2025, esse diagnóstico de cada vila e favela esteja avançado para em seguida discutir as prioridades.
Próxima reunião em fevereiro
Ao final do lançamento, a prefeita de Contagem, Marília Campos, anunciou que, em fevereiro, a reunião volta a acontecer com as demandas levantadas. “Vilas, favelas e comunidades periféricas terão prioridade nas intervenções da Prefeitura. E claro, nós vamos fazer esse processo com ampla participação dessas comunidades. Hoje, demos um passo inicial, fazendo uma grande reunião com essas comunidades aqui na Tenda do Encontro. O próximo passo será o levantamento de demandas feitas pelos próprios moradores para a gente planejar as intervenções. E vamos, no final de fevereiro, eleger um “conselhão” para melhorar a vida dessa população”, salientou.
Sobre o programa
O programa abrange melhorias a de ruas, becos e escadarias; criação ou melhoria de praças; melhorias pontuais da infraestrutura de água e esgoto.e da infraestrutura de microdrenagem; obras e ações para solução de riscos, além de por fim o tratamento de áreas remanescentes de remoções.
A ação busca reduzir as desigualdades sociais e territoriais, melhorando as condições de vida das populações mais vulneráveis e fortalecendo o diálogo entre a administração pública e os cidadãos. Participaram da reunião o secretário de Governo e Participação Popular, Pedro Amaral, administradores regionais e a vereadora Moara Saboia.